domingo, 6 de novembro de 2011

O poder do silêncio

O silêncio possui propriedades curativas. O silêncio, como poucas coisas na vida, tem a capacidade de curar e recompor nosso interior fragmentado em mil pedaços pela correria da vida moderna. O silêncio é sagrado, pois somente quem silencia é capaz de escutar. Metade de um diálogo é feito de silêncio, é o momento em que permitimos ao outro de falar.
Não, não se trata de silêncio exterior, físico, ainda que hoje em dia, devido ao fato de se tratar de algo sempre mais raro, o silêncio externo merece ser cultivado. Trata-se de algo muito mais profundo, trata-se do silêncio do coração. É verdade que o silêncio externo pode ajudar um pouco, mas é perfeitamente possível silenciar em meio às grandes ruas das nossas cidades, no trânsito ou seja lá onde for.
Este silêncio do coração possui uma dupla dimensão, enquanto abre nossos ouvidos à voz de Deus que espera apenas um pouco de atenção para falar-nos, envia-nos direto ao mundo desconhecido e surpreendente de nossa intimidade, o mundo inexplorado que existe dentro de cada um de nós. Lá, dentro do mais profundo do nosso ser, podemos aprender, ouvindo a Deus, como juntar os fragmentos de nossas almas e assim, recompostos e curados, poderemos finalmente curar e recompor os corações de nossos irmãos e irmãs!

“Por estranho que pareça, o único meio que pode ajudar o homem a encontrar resposta sobre si mesmo e sobre Aquele que o fez à sua imagem é o silêncio, a solidão – numa palavra, o deserto. O homem de hoje precisa destas coisas muito mais do que os eremitas de outrora (...). Desertos, silêncio, solidão não são necessariamente lugares, mas sim um estado de espírito e de coração.”

Catherine de Hueck Doherty
(Em “Deserto Vivo: Poustinia”- Título origial: Poustinia: Christian Spirituality of the East for Western Man)

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